ELES SÃO CHATOS E ASSASSINOS KAMIKAZES

No reino animal nem sempre os maiores saem ganhando. A briga evolutiva pela sobrevivência tornou possível animais de poucos centímetros derrubar outros de maior tamanho. A grande sacada da natureza foi dar a esses animais a capacidade de produzir uma arma letal e que coubesse nos seus corpos. 

Nem cobras, crocodilos, hipopótamos, elefantes ou humanos: o animal que causa mais mortes entre os homens é o mosquito. Seu algoz pode estar ao lado neste momento. É difícil escapar de sua sede de sangue.

Poucos animais na Terra tem a capacidade de serem antipáticos como o mosquito. A coceira, suas picadas irritantes e sua presença quase onipresente podem arruinar um churrasco no quintal ou uma simples caminhada no parque. Eles têm uma incrível capacidade de sentir as nossas intenções assassinas, e em questão de milissegundos desaparecem sem deixar rastros diante de um golpe fatal. Sem contar aquele zumbido persistente em nosso quarto escuro que atravessa as camadas de cobertas. 

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), centenas de milhares de pessoas morrem todos os anos por doenças transmitidas pelos mosquitos. Mosquitos também transmitem a malária, dengue, a chikungunya, o vírus da zika, a febre amarela e a encefalite e outras. O grande número de mosquitos potencializa o risco causado a seres humanos. Diferentemente de muitas outras criaturas perigosas, eles podem ser encontrados em praticamente todas as partes do mundo em diferentes épocas do ano.

No auge do período reprodutivo, os mosquitos ultrapassam, em número, qualquer outro animal, exceto pelas formigas e pelos cupins. Os mosquitos e suas diversas variações são os animais que mais matam seres humanos. Na verdade, o fato de serem portadores ou transmissores de doenças é que faz esses bichos serem tão perigosos. Mosquitos “sentem” o dióxido de carbono exalado nos odores corporais, percebem a temperatura e o movimento de suas vítimas dentro de casa. Apenas as fêmeas têm as peças bucais necessárias para sugar o sangue. Ao morder com seus probóscides, eles “enfiam” dois tubos na pele: uma para injetar uma enzima que inibe a coagulação do sangue e o outro para sugar o sangue. O sangue sugado é utilizado como fonte de proteína para os seus ovos. Para se alimentar eles usam o néctar e outros açúcares de plantas.

Todos os mosquitos precisam de água para se reproduzir, por isso os esforços de erradicação e controle populacional geralmente envolvem a remoção ou um permanente tratamento das fontes de águas. Apesar do uso generalizado de inseticidas para matar os mosquitos adultos, os esforços globais para deter a propagação de mosquitos ainda não estão satisfatórios, e muitos cientistas acreditam que o aquecimento global provavelmente vai aumentar o seu número e alcance.