quarta-feira, 14 de março de 2018

QUAL O PREÇO DO DESENVOLVIMENTO?

Nos últimos 30 anos, uma série de desastres ambientais acarretaram em grandes danos para a população, em consequência da devastação e destruição que causou e causa na vida de milhões de habitantes. Vários crimes contra a natureza são dolorosamente memoráveis. Em um mosaico de desastres ecológicos, entraram fatos causados pelo homem que provocaram grande dano à natureza em um curto espaço de tempo.

São catástrofes sérias por causa das perdas de vidas, mas são desastres pontuais. As verdadeiras tragédias ambientais ocorrem durante décadas e destroem ecossistemas. Há ainda o desmatamento das florestas brasileiras. Nos 503 anos de colonização, a Mata Atlântica perdeu 93% de sua cobertura original. Em um tempo bem menor – cerca de 30 anos – sumiram 20% da área da Amazônia e 80% do cerrado. 



CATÁSTROFE AMBIENTAL DA HYDRO ALUNORTE - PARÁ

A empresa, que usa bauxita para produção de alumina (ou óxido de alumínio), é acusada de ter contaminado áreas verdes e rios do entorno com rejeitos formados de bauxita e outros elementos tóxicos como chumbo ter transbordado após fortes chuvas ocorridas na região entre os dias 16 e 17 de fevereiro de 2018. Além disso, a empresa é questionada sobre a descoberta de um duto clandestino que despejava rejeitos no meio ambiente sem o devido tratamento. 

Alumina e rejeitos 
A refinaria Hydro Alunorte produz óxido de alumínio, também chamado de alumina, a matéria-prima usada na produção de metal de alumínio. A empresa recebe bauxita triturada nas jazidas por meio de dutos que viajam por mais de 200 quilômetros pelo Pará, até a cidade de Barcarena. O material é então refinado até se tornar um pó branco. Nesse processo, são usados cal, soda cáustica e água. Retirada a alumina, o composto restante, chamado de “lama vermelha” e formado de bauxita, alumínio, chumbo, titânio, soda cáustica e outros elementos, é despejado em enormes tanques chamados de Depósito de Resíduos Sólidos (DRS). Na sequência, esse lixo tóxico é bombeado para a estação de tratamento de efluentes e, então, despejado no Rio Pará. 
A mineradora norueguesa Hydro Alunorte está envolvida num dos mais recentes desastres ambientais no Brasil. Desde a confirmação no final de fevereiro de vazamentos de rejeitos minerais de uma de suas instalações na cidade de Barcarena, região metropolitana de Belém do Pará, o governo da Noruega, dono de 34,4% das ações da empresa. O governo não é o sócio majoritário, mas tem suas responsabilidades. 
O escândalo ganhou nova dimensão na segunda-feira (12/03), quando a Hydro admitiu a um jornal norueguês que realizou vazamentos controlados, sem autorização, num canal que passa ao lado da refinaria desde. A companhia alega, porém, ter avisado as autoridades brasileiras e rejeita ser um acidente ambiental. 
Outro fator que adicionou polêmica ao escândalo foi a morte, na última segunda-feira, de um líder comunitário que denunciava irregularidades nas operações da mineradora. Não há pistas do assassinato, e a polícia investiga o caso. 

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