Conhecidas como Pancs, as plantas alimentícias não
convencionais são facilmente encontradas na natureza e podem trazer a
biodiversidade de volta ao prato dos brasileiros. Abrangem desde plantas
nativas e pouco usuais até exóticas ou silvestres com uso alimentício direto
(na forma de fruto ou verdura) e indireto (amido, fécula ou óleo). Em geral,
não fazem parte do cardápio diário da
maior parte das pessoas e não costumam ser encontradas em mercados
convencionais. Elas não são transgênicas e, na maior parte dos casos, são
orgânicas.
Da Amazônia ao Rio Grande do Sul, estas plantas crescem
espontaneamente em qualquer ambiente. Sua alta resistência faz com que sejam
encontradas em quase todos os lugares, pois são nativas de cada região. Além
das plantas que jamais chegam à nossa cozinha, também podemos considerar Panc
outras que são comuns, das quais fazemos uso apenas de uma parte, sem levar em
conta que outras também podem ser consumidas. É o caso da bananeira, que, além
do fruto, pode ter os mangarás (corações ou umbigo) e os frutos aproveitados.
O desconhecimento sobre as Panc priva o paladar de
experiências muitas vezes saborosas – e organismo, do acesso fácil a uma série
de nutrientes necessários para a manutenção da saúde. Isso porque muitas destas
plantas têm mais nutrientes (como o ferro) do que os convencionais.
Aproveitamos, então, para listar uma série delas. Fique atento: elas podem
estar no seu quintal, em hortas, terrenos baldios e até nas calçadas da cidade. Muitas das Panc são conhecidas e fazem parte da culinária de
nossas vovós.
ORA-PRO-NOBIS (Nome científico: Pereskia aculeata)
PICÃO BRANCO (Nome científico: Galinsoga parviflora)
O picão branco é uma daquelas plantas consideradas daninhas e, por isso mesmo, sempre arrancadas por jardineiros. O vegetal ocorre em todo o Brasil e produz flores pequenas parecidas com margaridinhas brancas. As folhas são comestíveis e mais gostosas quando jovens. A variedade aprecia terrenos ensolarados e não é exigente quanto ao solo. Na culinária, pode ser usada como especiaria em sopas (um costume na Colômbia), saladas e até bebidas frias que levam tomates.
SERRALHA (Nome científico: Sonchus oleraceus)
A serralha é uma das Panc mais comuns em São Paulo e é considerada uma planta invasora muito resistente. No jardim, pode formar canteiros que recebem pouco sol, em solo úmido, mas não encharcado. Como suas sementes voam e germinam rápido, o ideal é colhe-las para que não invadam outras porções da horta ou, até, plantá-las em pontos mais afastados. É uma hortaliça um pouco amarga, ideal para refogados ou cozidos, mas rica em vitamina C, fibras e ômega 3.
TAIOBA (Nome científico: Xanthosoma sagittifolium)
As taiobas são hortaliças com grandes folhas verdes. Parentes da comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia amoena) - que é tóxica -, as taiobas mansas ou orelhas-de-elefante têm folhas e caules comestíveis, que devem ser usados sempre cozidos e ter sua água escorrida. Grandes fontes de vitamina A (superior ao brócolis, à cenoura ou ao espinafre), também oferecem vitamina C, ferro, potássio e manganês. Gostam de ambientes com luz bem difusa e propagam-se por rizomas, não possuindo sementes botânicas. Na culinária, podem ainda ser refogadas e usadas junto a carnes, frangos e peixes ou em farofas e saladas.
BERTALHA (Nome científico: Basella alba)
As bertalhas são trepadeiras que podem ser cultivadas nas janelas ou em vasos pendentes. É uma verdura como o espinafre, com folhas espessas. As pontas dos ramos podem ser consumidos crus, refogados ou cozidos e o suco púrpura de seus pequenos frutos é usado como um corante natural para alimentos. Precisa de sol e sombra moderada, solo úmido, mas não encharcado, e a propagação se dá por semente ou talos.
PARA SABER MAIS
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