Planície de inundação é aquela que inunda durante a cheia de um determinado curso d'água. Ela se desenvolve sobre a calha de um vale preenchido por terrenos aluvionares e que apresenta meandros fluviais divagantes devido a baixa declividade do curso do rio que, em épocas de cheia, extravasa do canal fluvial e inunda a região.
As várzeas são terras úmidas adjacentes que ocorrem em faixas de domínio de rios e
drenagens superficiais, em zonas de baixios inundáveis. Frequentemente
constituem as denominadas Áreas de Preservação Permanente (APPs). As condições
necessárias para o desenvolvimento da vida dependem da existência de alguns
fatores básicos que se tornam fatores limitantes; a temperatura, que limita a
vida e a reprodução de espécies, a presença de água, a presença de ar para
impulsionar o metabolismo, presença de alimentos (nutrientes mínimos) que
recomponham sistematicamente os tecidos e outros itens relevantes.
A água talvez seja o componente mais indispensável
para a vida. Sem água não tem flora, não tem fauna, não tem nada. As terras
úmidas são áreas com inundações intermitentes. A vegetação que predomina é
diferente daquelas áreas sem inundações. Quando os solos se saturam de água, o
acesso ao oxigênio atmosférico fica restrito e os solos se tornam anaeróbicos,
ou seja, sem a presença de oxigênio. As raízes comuns não podem respirar e a
maior parte das plantas não pode viver nestes locais. Mas existe uma vegetação
própria para estas áreas. São plantas muito ricas em água e que é a dieta
principal de uma grande quantidade de animais que vive nas proximidades. Estas
plantas não precisam ter raízes profundas porque a obtenção de água é fácil.
Sem a necessidade de raízes profundas, se tornam alimento mais fácil e
indispensável para certas espécies animais.
As plantas de zonas úmidas desenvolvem uma
adaptação especial ao meio em que vivem. Algumas, como os mangues, levam ar a
suas raízes através de tubos especiais; os ciprestes possuem raízes especiais,
chamadas joelhos, que crescem sobre a terra através das quais intercambiam
pequenas quantidades de dióxido de carvão e oxigênio. As plantas devam transpirar
vapor de água dos seus tecidos para o ar, mas algumas árvores de zonas
inundadas transpiram menos que outras plantas. Portanto, nos pântanos se perde
menos água do que em superfícies abertas de lagos. A adaptação destas plantas
ajuda a manter a área úmida e conservar a água.
Muitas várzeas e pântanos conservam a água, em
especial aqueles que estão em regiões planas que estejam cercadas por
montanhas. Estas áreas recebem principalmente água de chuva para sua
manutenção. Estas em geral são zonas de
recarga de aquíferos, que fazem as águas superficiais chegarem até os depósitos
de água subterrânea, de onde os poços tubulares instalados pelo homem, podem
captar água dos reservatórios subterrâneos. Sem várzeas para recarga dos
aquíferos subterrâneos, os poços tubulares podem ficar sem água para captação
de acumulações subterrâneas. A biodiversidade de espécies de plantas nestas
áreas é menor que em uma floresta ordinária, mas a variedade de insetos, pássaros
e outros animais é muito maior.
No Brasil já houve até programas governamentais
destinados a drenar várzeas e permitir o cultivo das terras. Este é um dos
maiores erros ecológicos que podem ser cometidos e a drenagem das várzeas é um
crime ambiental contra a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas, cujos
efeitos são intangíveis, ou seja, não podem ser mensurados de forma simples.
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