sexta-feira, 4 de abril de 2014

PLANTAR UMA ÁRVORE NA CALÇADA REQUER CUIDADO E RESPONSABILIDADE



A sabedoria popular prega que toda pessoa deve escrever um livro, ter um filho e plantar uma árvore.No entanto, em algumas cidades, a prefeitura recomenda que os cidadãos só plantem árvores dentro de seus quintais.








Segundo  o engenheiro agrônomo Gaspar Yamasaki, cada município deve criar uma norma específica de arborização urbana, parte do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Municipal, mas é praticamente unânime o entendimento de que é dever do município plantar e cuidar das árvores nas calçadas e áreas públicas. Assim, se a ideia é plantar uma árvore na frente de casa é importante estar atento às regras de cultivo definidas pelo município, às espécies recomendadas ou, mesmo, entrar em contato com a prefeitura local e solicitar o plantio. Tais recomendações servem para evitar o crescimento de árvores que possam causar danos estruturais nas calçadas ou o posicionamento em locais que atrapalhem o tráfego de pessoas.

Árvores na calçada: veja espécies indicadas e algumas que devem ser evitadas

Árvores nas calçadas fazem as cidades mais frescas e bonitas. Mas nem todos os tipos de vegetais têm plantio recomendado, pois podem danificar as calçadas (com raízes grandes e superficiais) ou atingir pessoas e veículos com frutos pesados ou queda de galhos por constituições de lenho frágeis. Podemos tomar como exemplo o Flamboyant, uma árvore bem vistosa e querida pela população, mas que apesar da sua exuberância, possui raízes grandes, superficiais e violentas e galhos frágeis, que podem cair sobre pessoas e veículos.  Além desses fatores, a perda massiva de flores e folhas em diversas espécies pode ser problemática em relação ao entupimento de bueiros, exigindo manutenções de limpeza regulares. Para calçadas estreitas e com fiação aérea, árvores de pequeno porte - como a variedade anã do ipê -, pois suas copas terão de quatro a cinco metros de diâmetro na fase adulta. Quando o espaço não é problema, árvores de grande porte, com até 30 metros de altura, lenho rijo e raízes pouco superficiais - como o pau marfim - são opções. O jequitibá-rosa (Cariniana legalis) é uma árvore de grande porte que chega a atingir 50 m de altura. Muito ornamental, a planta é indicada para o paisagismo de grandes áreas como parques públicos e praças. Uma avaliação do clima e do local de plantio  da diretrizes para a escolha da espécie apropriada ao espaço disponível, tendo em vista a adequação do porte, da forma e do tamanho da copa.  De maneira geral, as espécies devem, preferencialmente, dar frutos e flores pequenos, não possuir espinhos e nem raízes superficiais que prejudiquem o calçamento. Também é recomendado o plantio de árvores com estrutura forte, que não necessitam de podas frequentes.

Plantar pode. Podar, não
Se plantar é permitido, podar é crime. A lei federal de crimes ambientais, como é conhecido o texto 9.605/98, torna crime danificar ou destruir plantas usadas para ornamentar ruas e avenidas. Caso o proprietário do imóvel venha a podar a árvore, o ato poderá ser considerado um crime ambiental. A responsabilidade pelo manejo das árvores urbanas é das prefeituras municipais, que normalmente realizam podas entre abril e agosto, sendo assim, caso haja a necessidade do corte de um galho com risco de queda, por exemplo, a orientação é entrar em contato com a administração municipal. As concessionárias de energia também são autorizadas a conduzir podas para controlar riscos à segurança das pessoas ou ao fornecimento de energia elétrica.   No entanto, algumas prefeituras repassam o custo do processo de poda ao proprietário do imóvel, o que inclui a elaboração de um laudo técnico sobre a árvore e o custeio do corte e da remoção do material resultante (galhos e folhas). Basicamente, qualquer pessoa pode solicitar a poda ou remoção de arvores, caso a espécie apresente patologias graves (fungos ou cupins) ou risco iminente de queda; possa causar danos permanentes ao patrimônio público ou privado ou impeça totalmente o acesso de veículos; bem como, quando o plantio irregular ou a propagação espontânea de outras espécies prejudiquem as árvores vizinhas.

Conheça algumas espécies de plantas que podem ajudar na segurança de sua casa

Piracanta (Pyracantha coccínea): com caule coberto de espinhos, esse arbusto tem porte médio, atingindo de 3 a 5 metros de altura. Apresenta rápido crescimento e requer podas periódicas e cuidadosas. A piracanta deve ser cultivada sob sol pleno, em solo fértil. Tolera meia-sombra e aprecia o frio subtropical. Cuidado com os  erros que podem agredir a árvore, como as chamadas podas drásticas, as excessivas, as feitas fora de época ou as em que o executor não utiliza a técnica dos três cortes (que evita danos e injúrias aos troncos ou galhos). Portanto, apesar de parecer simples, a poda exige conhecimento e deve ser feita por profissionais habilitados.

Cuide!
Fora a poda existe tratos culturais que podem ser realizados por qualquer um, sem qualquer implicação legal. A regularidade na rega e na adubação para garantir o crescimento e florescimento das árvores no tempo certo.  Sempre que o solo estiver seco, é hora de regar. Por sua vez, a adubação deve ser feita, preferencialmente, com um composto orgânico curtido e nunca com material orgânico fresco. Também vale ressaltar que algumas plantas, como os ipês, não devem ser regadas no período de seca, pois é esse período que induz a sua floração intensa. Outra recomendação é jamais cimentar a base das árvores e deixar espaço livre, com grama, no entorno do colo do tronco. Outros cuidados importantes são a limpeza e a remoção de pregos, arames e fitilhos das árvores. Porém, assim como em relação à poda irregular, o corte das raízes que saltam para fora do solo não deve ser feito, pois tende a gerar graves acidentes, afinal, são essas raízes que sustentam a árvore na posição vertical. Plantar uma árvore não se resume a abrir um buraco e enterrar suas raízes. não adubar, não regar durante as primeiras semanas e não sustentar a planta são erros que muitas vezes leva à morte do exemplar.

Fonte: uol/ ojardineiro

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