Quantos países existem hoje no mundo? Desconfie de quem responder rápido demais. Atualmente, a Organização das Nações Unidas conta com 193 países membros e dois observadores – Santa Sé (Vaticano) e Palestina. Mas não para por aí.
Estados não reconhecidos lutam para declarar sua independência e ter sua autonomia reconhecida diplomaticamente em todo o mundo. Conheça 6 possíveis futuros países dos quais você provavelmente nunca ouviu falar:
1. Abecásia
Se perguntar para os georgianos, é bem possível que se
refiram a Abecásia como uma república autônoma da Geórgia. Mas aos abecásios
interessa mesmo é ter seu território reconhecido como país independente. O
impasse é antigo: toda a região era integrante da União Soviética e, no final
da década de 1980, a tensão entre os dois povos se acirrou. Em 1991, a Abecásia
declarou sua independência, o que culminou em uma guerra com a Geórgia no ano
seguinte. Mesmo depois de conflitos, negociações e acompanhamento das Nações
Unidas, a disputa não foi resolvida. Em 2008, outro embate na região (dessa
vez, pela independência da Ossétia do Sul) acabou promovendo uma mudança:
Rússia, Nicarágua, Venezuela, Nauru, Vanuatu e Tuvalu reconheceram formalmente
a independência da Abecásia naquele ano. Mas a situação está longe de ser
resolvida por lá, como você vê no próximo item.
2. Ossétia do Sul
Localizada a 100 metros acima do mar, a Ossétia do Sul
também está dentro dos limites da Geórgia. Desde o início da década de 1990, os
ossetos defendem sua autonomia – entre 1991 e 1992, após a desintegração da
União Soviética, a Ossétia entrou em combate pela primeira vez com os
georgianos pela sua independência. Foi o primeiro de uma série de conflitos, o
mais recente deles em 2008, quando forças armadas russas tomaram partido no
embate sob o argumento de “defender cidadãos russos na Ossétia do Sul e seus
próprios soldados de paz estacionados na região separatista”. A Geórgia não gostou nada. E a situação só piorou quando a Rússia
reconheceu formalmente a independência da Ossétia do Sul e da Acabésia em
agosto do mesmo ano – decisão qualificada por Estados Unidos e França como
“lamentável”. O desejo do povo osseano é se juntar aos seus semelhantes étnicos
da Ossétia do Norte, república autônoma integrante da Federação Russa. Mas este
objetivo não parece estar próximo de ser alcançado: a Geórgia não reconhece nem
mesmo o nome “Ossétia do Sul”, e se refere à região por seu antigo nome,
Samachablo; no resto do mundo, apesar de Nicarágua, Venezuela, Nauru, Vanuatu e
Tuvalu terem reconhecido a independência do território, outras 15 nações já
declararam que não irão legitimar a autonomia das regiões separatistas da
Ossétia e da Abécasia.
3. Transnístria
Uma pequena faixa de terra localizada entre o rio Dniester e
a fronteira ucraniana, a Transnístria é oficialmente parte da Moldávia, mas
reivindica sua independência desde a década de 1990. Em 1991, o país impôs o
idioma moldavo como língua oficial em todo o território, o que causou revolta
na parte russófona da população. O
impasse desencadeou uma guerra civil no território separatista, que deixou mais
de 700 mortos e contou com ajuda de intervenção militar russa. As nações assinaram
um cessar-fogo em 1992, mas a autonomia política não foi obtida como esperado.
Em 2006, um referendo realizado no país-em-potencial atestou o desejo da
população de independência e união à Federação Russa. A Moldávia e a comunidade
internacional não reconheceram este resultado e o conflito permanece.
4. Alto Carabaque (ou Nagorno-Karabakh)
Em 12 de julho de 2012, cerca de 100 mil habitantes do Alto
Carabaque compareceram às urnas para escolher o novo presidente do território
pertencente ao Azerbaijão e próximo à fronteira da Armênia – na ocasião, Bako
Sahakyan, quarto presidente do país, foi reeleito para um segundo mandato. A
eleição foi vista com apreensão pelo mundo – o Alto Carabaque, também conhecido
como Nagorno-Karabakh, não é reconhecido por nenhuma nação, nem mesmo pelos
vizinhos. De maioria armena, o território é campo para conflitos e violações de
direitos humanos desde a declaração unilateral de independência em 1991. Hoje,
ambas as nações possuem mísseis ofensivos, e há apreensão pela possibilidade de
agravação do embate entre os países vizinhos.
5. Somalilândia
Ao chegar a este país localizado no Chifre da África, é bem
provável que você veja logo a bandeira da Somalilândia hasteada. Se pegar um
táxi ao desembarcar no aeroporto, já vá preparado – deve pagar em moeda local,
o shilling da Somalilândia. Mas, não se deixe enganar: este é um país que não
existe – pelo menos, não oficialmente. O território, antigo protetorado
britânico, declarou sua independência unilateralmente em 1991. Apesar de não ser
reconhecido internacionalmente por nenhuma nação, o território foi
historicamente autônomo: o atual território da Somália estava dividido entre
Itália, França e Inglaterra no século 19; a Somalilândia pertencia ao governo
britânico, e chegou a ser independente por cinco dias antes de ser unificada à
Somalilândia Italiana para a formação da República Federal da Somália, em julho
de 1960.
6. Chipre do Norte
O Chipre está dividido desde 1974, quando a Turquia invadiu
a ilha depois que um golpe militar (apoiado pelo governo de Atenas) depôs o
governo legítimo. Não saíram mais de lá. Forças de paz da ONU estimam que 165
mil cipriotas gregos fugiram ou foram expulsos do norte, e 45 mil cipriotas
turcos do sul – partes envolvidas apontam que os números são ainda maiores. Em
1983, a área ocupada pela Turquia declarou unilateralmente a independência da
República Turca de Chipre do Norte. Só a Turquia reconhece o território
separatista, e o país mantém cerca de 30.000 tropas no norte da ilha.
fonte: superinteressante
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