segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A VIDA NOTURNA DOS ANIMAIS

Morcegos, sapos, cobras, lobos, corujas, gambás - uma infinidade de animais desperta para a luta quando a noite cai. Graças a atributos especiais, tomam conta de um mundo onde o homem vale pouco.


Quando a noite cai, centenas de sapos iniciam seu costumeiro e ensurdecedor coro na lagoa de uma floresta. Silenciosamente alguns morcegos se aproximam. Os sapos, então, param de coaxar. Os morcegos hesitam alguns instantes e depois vão embora. Tão logo a sinfonia recomeça, os morcegos voltam. De repente, um deles solta um guincho e arremete contra a água. Ao retornar, traz na boca um sapo. Os sapos são, provavelmente, os mais barulhentos representantes das inúmeras formas de vida que se distinguem por preferir a noite ao dia. Assim que escurece, coaxam para chamar as fêmeas e os outros companheiros. Cada espécie tem um modo próprio de fazê-lo - e, o que é ainda mais peculiar, uma hora certa para se manifestar. O anoitecer é também quando eles saem para caçar insetos e são caçados por outros bichos, seus parceiros de boêmia, como os morcegos.
Desse fascinante e misterioso mundo noturno, os seres humanos estão virtualmente excluídos. Quando se aventuram numa floresta escura só conseguem ouvir algo, como o pio das corujas, o coaxar dos sapos, o cricrilar dos grilos ou os esturros de uma onça. Enxergar, então, nem se fala. É que os diurnos humanos não possuem os equipamentos corporais necessários para se movimentar na ausência da luz; portanto, dependem quase exclusivamente dos olhos, que funcionam à base de impulsos luminosos. Já os animais se valem de outras formas de investigação do ambiente, como cheirar, tatear, ouvir e degustar.
Mas, afinal, o que levou alguns animais a se adaptarem à vida noturna e outros à diurna?, À medida que a evolução favorece a diversidade, promovendo mutações e espécies diferentes, cada uma delas desenvolve sua própria maneira de interagir com o ambiente para sobreviver; se para algumas espécies a luz é fundamental, já outras dependem da temperatura e da umidade. Assim, pode-se dizer que a preferência pela noite ou pelo dia foi determinada tanto por pressões internas como externas.
As pressões internas são de natureza genética e consistem no conjunto de características que um animal desenvolve. Ele pode ter, por exemplo, um olfato excepcional, mas se orientar mal pela luz. Para um bicho assim, as probabilidades de sobrevivência são maiores à noite. Para os bichos que dependem da temperatura ou mesmo da umidade, a noite tem seus atrativos: a pressão do ar e a umidade se modificam drasticamente, proporcionando melhores condições de sobrevivência, especialmente àqueles animais que simplesmente se ressecariam após algumas horas de exposição ao sol, como é o caso dos sapos, pererecas e rãs.
Já as pressões externas são representadas pelos predadores - para escapar de seus inimigos mais fortes, alguns animais esperam que eles durmam, para só então começar a viver. É por essa razão que animais de hábitos diferentes podem conviver no mesmo nicho ecológico, porém em turnos diferentes.  As corujas, que de dia se escondem e à noite caçam roedores.




Fonte: revista superinteressante

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