Dentro das cavernas, há informações sobre a história geológica da Terra, a formação da vida no planeta e a evolução do ser humano.
A
caverna se forma quando água ácida penetra no solo, entra em contato com rochas
calcárias e as dissolve, formando "ocos" no relevo. Esse processo é o
que define o surgimento da maioria dos tipos de caverna. Segundo a
espeleologia, ramo da ciência que estuda o assunto, caverna é toda cavidade
natural rochosa com dimensões que permitam o acesso de seres humanos. Mas essa
definição também abrange outras formas, como as cavernas em geleiras, recifes
de coral ou rochas não calcárias. Outras variedades surgem provocadas por
erosão, lava ou substâncias produzidas por bactérias. Seja qual for o tipo,
elas são importantes não só para curiosos mas para os cientistas também. Enquanto usavam as cavernas como
casa, esconderijo e até como templo, nossos ancestrais deixaram inscrições nas
paredes, fósseis e materiais que dão pistas de como era a vida na época das
cavernas.
Água mole
em pedra dura
Durante
milhões de anos, a acidez da água dissolve aos poucos a dureza da rocha.
1.
A calcita, formada por carbonato de cálcio, é o principal componente do
calcário. E é nos terrenos calcários que a maioria das cavernas nasce. Ao longo
das eras, o movimento tectônico e as mudanças climáticas provocam rachaduras
nas rochas.
2.
Quando chove, a água pluvial entra em contato com o gás carbônico (CO2)
dissolvido no ar e no terreno. O resultado dessa reação química é uma água
ligeiramente ácida, que vai atravessando as primeiras camadas do solo até
chegar às rochas calcárias subterrâneas.
3.
A rocha calcária é insolúvel em água pura, mas desmancha na água ácida que vem
de cima. Essa água dissolve as pedras no caminho e segue descendo pelas
rachaduras até certa profundidade. Nesse ponto, a água estaciona e começa a
dissolver o calcário ao redor, abrindo a caverna.
4.
A água segue "cavando" buracos, formando salões e corredores. Numa
dessas, um dos corredores chega à superfície e abre a entrada da caverna.
Quanto mais calcário na rocha, melhor. Com argila, impermeável, ou outros
minerais, o processo pode parar.
5.
E a água da chuva continua caindo. A gota d’água chega ao teto da caverna em
uma solução com gás carbônico e bicarbonato de cálcio, produto da dissolução da
calcita.
5a. A gota fica pendurada até ganhar
peso e volume e cair. Nesse período, o CO2 dissolvido na água se
difunde para o ar da caverna, que geralmente tem uma concentração mais baixa
desse gás.
5b. Com menos CO2, a água
do teto fica menos ácida. Isso faz o bicarbonato se recristalizar sob a forma
de calcita. O mesmo mineral que formava a rocha agora cria as estalactites.
6.
Processos parecidos de recristalização da calcita geram as estalagmites e
outros espeleotemas, (como são chamadas essas formações nas cavernas), alguns
até em forma de flor.
7.
Depois de milhões de anos sendo aberta, uma caverna pode ser fechada por
espeleotemas e sedimentos, mas isso leva milhões de anos. Mas que ninguém pense
que ela está morta: a caverna pode "ressuscitar", com o recomeço da
dissolução do calcário.
Nas trevas
No
escurinho da caverna, plantas não sobrevivem. Mas lá dentro há fungos,
bactérias e animais, como morcegos, que entram e saem. Há ainda os troglobios,
espécies adaptadas à escuridão - a maioria não tem cor nem olhos, já que sem
luz não podem ver nem ser vistos.
Caverna pra
todo gosto
Os
tipos de caverna dependem dos agentes que esburacam as rochas.
Erosão
As
ondas do mar erodem as rochas no litoral. Mas, como não rola um processo
químico, não há estalactites nem estalagmites.
Lava
Quando
a lava escorre de um vulcão, pode formar um compartimento "oco", que,
depois que o magma resfria, gera uma caverna.
Bactérias
Em
vez de vir com a água da chuva, o ácido que corrói a rocha calcária pode ser
produzido por bactérias que vivem nos subterrâneos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
CAROS LEITORES, SEJAM BEM VINDOS!