Cuidado: Esta fera rastejante tem apenas 5 centímetros, mas mata. O contato com o veneno desta taturana queima como óleo fervendo e faz sangrar.
Ao
encostar-se à massa de pelos, meio escondida no tronco de uma árvore qualquer,
vem a queimadura lancinante. O efeito é imediato. A sensação é de óleo fervendo
sobre a pele. No mesmo dia surgem as dores por todo o corpo, especialmente na
cabeça. Entre 8 e 72 horas, começará a hemorragia. Formam-se hematomas por toda
parte, dos poros às gengivas. O mais perigoso é o que menos se vê: quando há
sangramento dentro do cérebro, pode ser fatal.
O
primeiro ataque da pequena Lonomia obliqua foi registrado em 1989. Até então,
essas devoradoras de folhas de árvores, que aparecem do norte ao sul do país,
não chamavam muita atenção. Nem têm um nome popular só para elas. Como outras
larvas de mariposas, são simplesmente chamadas de bichos-cabeludos, orugas,
bugius ou taturanas. Nenhum inseto desse tipo é agressivo, e a protagonista
desta história não é exceção. Dedica tempo integral à única atividade que
interessa em sua monótona existência, que é comer o máximo possível para
acumular forças, entrar bem preparada na metamorfose e ganhar asas. Feito isso, a mariposa dura cerca
de uma semana, durante a qual põe ovos e.
O motivo, segundo os biólogos, foi a
rápida destruição das florestas onde ela engordava sem grande risco de causar
acidentes. Seu habitat natural ficou vinte vezes menor dos anos 50 até hoje.
Com o desmatamento, ela passou a proliferar muito perto das residências, em
fazendas, vilas e cidades, dando preferência a plantas domésticas como o
abacateiro, a goiabeira e a ameixeira. Uma temeridade. A oblíqua destila um dos
venenos mais violentos encontrados na natureza.
Soro é feito de anticorpos de cavalos
A
taturana que mata ainda evoca terror, mas é cada vez menos provável que no
futuro venha a morrer gente por sua causa. É que agora existe um soro capaz de
anular o efeito da terrível toxina produzida por ela. O remédio foi preparado
pelo Instituto do Butantã, em São Paulo.
O inseto só é perigoso na segunda etapa da metamorfose.
O ninho na folha
A oblíqua fêmea costuma pôr duas ou três dúzias de ovos milimétricos numa única folha. A incubação demora 17 dias, um pouco mais ou menos. Dos ovos saem as larvas, a fase seguinte do ciclo.
Comer, comer, comer
Larvas existem para acumular energia e preparar para a procriação. Nessa fase, que dura 80 dias, a oblíqua só faz comer folhas à noite e dormir de dia, em grupos. Só nessa etapa é perigosa.
O próximo passo consiste numa longa e silenciosa preparação para o futuro. Na forma de pupa, a larva se fecha num casulo que fica 70 dias imóvel, preso debaixo de folhas mortas, no chão.
Por fim, a pupa vira mariposa, que é inofensiva. E não come. Nem tem boca. Sua meta é acasalar, num ritual que demora dez horas, e por ovos. Essa fase dura seis dias para o macho e oito para a fêmea. Aí, morrem. O corpo, bem simples, é quase todo ocupado pelo intestino. O veneno corre num canal dentro da cerda e talvez só espirre para fora quando esta se quebra. Mas o pelo também pode atuar como agulha, injetando a toxina na pele.
FONTE:
mundobizarro/superinteressante/wikipedia
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