O Titicaca (rocha do jaguar ou rocha do felino em língua aymara) fica
na zona fronteiriça das duas nações sul-americanas, escoltado pela
Cordilheira dos Andes.
É o Lago navegável mais alto do mundo, com 3.810 metros acima do nível do mar. Suas águas são transparentes e azuis na maior parte de seus 8.562 quilômetros quadrados, 3.790 em território boliviano e 4.772 em solo peruano. Segundo a lenda, o Lago Titicaca foi o berço da civilização Inca, e um passeio pelas suas águas remete o visitante ao tempo em que toda a América Andina era dominada por este magnífico povo.
Ninguém duvida que o Lago Titicaca, fonte hídrica e bacia compartilhada por Bolívia e Peru, está contaminado. Porém, meio século depois que os dois governos alertaram sobre isso, não há estudos integrais da situação de suas águas. Seis são os locais mais prejudicados, entre eles a Bahia de Cohana, no departamento boliviano de La Paz, e a peruana Bahia Interior de Puno, no departamento de mesmo nome. Trata-se de enormes tanques naturais cheios de um coquetel de esgoto, contaminação orgânica e resíduos de indústrias e minas. A falta de tratamento de esgoto se converteu em uma ameaça para as populações próximas. Apesar de numerosas pesquisas, o problema não foi abordado de forma sistemática, portanto, as verdadeiras condições ambientais e o impacto futuro são uma incógnita.
Entre sua fauna nativa se encontram várias espécies de patos, peixes como o ameaçado suche (Trichomycterus rivulatus), o karachi (do gênero Orestias) e a endêmica rã gigante do Titicaca (Telmatobius culeus). Entre a vegetação aquática estão o junco (Scirpus californicus) e a yana llacho (Elodea potamogeton) e a lentilha de água (Lemna sp.).
Mais de 25 rios deságuam nele. A contaminação teria afetado uma “pequena porcentagem” deles, disse ao Terramérica Luis Albereto Sánchez, coordenador na Bolívia da Autoridade Binacional do Lago Titicaca (ALT).
Para abordar esse problema, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) incentiva um plano binacional para estabelecer uma rede oficial de monitoramento ambiental, que uniformize a informação com um único protocolo. Os sedimentos, a proliferação da lentilha de água e a consequente redução de espaços para aves e peixes são um fato com o qual os habitantes devem conviver. Uma considerável quantidade do gado é abatido nos matadouros a céu aberto e clandestinos, e os restos são jogados diretamente no Rio Katari. Isto contribui para disseminar o parasita fasciola hepatica.
Algumas propostas de solução vêm de organizações não-governamentais. Por exemplo, a “tecnologia de biodigestão anaeróbica”, um processo de fermentação de excrementos humanos e animais e de dejetos agrícolas para gerar biogás.
Fonte: http://www.estadao.com.br/www.tierramerica.inf/ http://www.portalsaofrancisco.com.br
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