LOCALIZAÇÃO
Localizado
basicamente no Planalto Central do Brasil e uma pequena porção representada no
Sul do Brasil, estado do Paraná, município de Jaguariaíva. O cerrado é o
segundo maior bioma do País, superado apenas pela Floresta Amazônica. O bioma é
caracterizado por tipos específicos de vegetação, como a caatinga, o cerrado
entre outros. É cortado por três das maiores bacias hidrográficas da América do
Sul, com índices pluviométricos regulares que lhe propiciam biodiversidade. Ocupa
uma área superior a 2 milhões de km², cerca de 23% do território brasileiro,
abrangendo os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais,
Piauí, o Distrito Federal, Tocantins e parte dos estados da Bahia, Ceará,
Maranhão, São Paulo, Paraná e Rondônia. Ocorre também em outras áreas nos
estados de Roraima. Ocorre também em outras áreas nos estados de Roraima, Pará,
Amapá e Amazonas.
As
savanas do Brasil destacam-se como unidades fitofisionômicas pela sua grande
expressividade quanto ao percentual de áreas ocupadas. Dependendo do seu
adensamento e condições edáficas, pode apresentar mudanças diferenciadas
denominadas de Cerradão, Campo Limpo e Cerrado, entremeadas por formações de
florestas, várzeas, campos rupestres e outros.
Cerrado Sentido Amplo
(lato senso)
Tipo
de vegetação que inclui todas as formações abertas do bioma Cerrado (Campo
Limpo, Campo Sujo, Cerrado Sentido Restrito, Campo e Cerrado Rupestre) e uma
formação florestal (Cerradão).
Tipo
fitofisionomia herbácea, com poucos arbustos e nenhuma árvore. É comumente
encontrada junto às veredas, olhos d'água e em encostas e chapadas. Pode ser
classificado em Campo Limpo Seco, quando ocorre em áreas onde o lençol freático
é profundo e Campo Limpo Úmido, quando o lençol freático é superficial.As áreas
de Campo Limpo Úmido são ricas em espécies herbáceas ornamentais como por
exemplo: Rhynchospora speciosa (estrelona), Paepalanthus elongathus
(palipalã-do-brejo), Lagenocarpus rigidus (capim-arroz), Lavoisiera bergii
(pinheirinho-roxo) e Xyris paradisiaca (pirecão).
Campo Sujo
É
uma fisionomia herbáceo-arbustiva com arbustos e subarbustos espaçados entre
si. Estabelece-se sobre solos rasos que podem apresentar pequenos afloramentos
rochosos ou solos mais profundos, mas pouco férteis. Da mesma forma que o campo
limpo varia com a umidade do solo e a topografia, podendo ser classificado como
Campo Sujo Úmido e Campo Sujo Seco. Entre as espécies encontradas nos Campos
Sujos da região estão: Epistephium sclerophyllum (orquídea-terrestre),
Paepalanthus speciosus (sombreiro),Cambessedesia espora, Vellozia flavicans
(canela-de-ema) e Didymopanax macrocarpum (mandiocão).
É
um tipo de vegetação sobre topos de serras e chapadas de altitudes superiores a
900m com afloramentos rochosos onde predominam ervas e arbustos, podendo ter
arvoretas pouco desenvolvidas. Em geral, ocorre em mosaicos, não ocupando
trechos contínuos. Apresenta topografia acidentada e grandes blocos de rochas
com pouco solo, geralmente raso, ácido e pobre em nutrientes orgânicos. Em
Campos Rupestres é alta a ocorrência de espécies vegetais restritas
geograficamente àquelas condições ambientais (endêmicas), principalmente na
camada herbácea-subarbustiva. Algumas espécies destacam-se nessa vegetação
como: Wunderlichia spp (flor-do-pau), Bulbophyllum rupiculum (orquídea), Xyris
paradisiaca (pirecão) e Paniculum chapadense (gramínea).
Cerrado Sentido Restrito
(stricto senso)
Fitofisionomia
característica do bioma Cerrado com árvores baixas e retorcidas, arbustos,
subarbustos e ervas. As plantas lenhosas em geral possuem casca corticeira,
folhas grossas, coriáceas e pilosas. Podem ocorrer variações fisionômicas
devido à distribuição espacial diferenciada das plantas lenhosas e ao tipo de
solo. Dentre algumas espécies encontradas nessas áreas: Kielmeyera spp
(pau-santo), Magonia pubescens (tingui), Callistene spp (pau-jacaré) e Qualea
parviflora (pau-terra-de-folha-miúda).
É
uma das formas de cerrado sentido restrito de constituição arbórea, arbustiva e
herbácea, que ocorre em ambientes rupestres. Os solos são rasos, com
afloramentos rochosos e pobres em nutrientes. No estrato arbóreo-arbustivo,
estão presentes espécies como: Wunderlichia crulsiana (flor-do-pau),
Didymopanax spp (mandiocão), Tabebuia spp (ipês), Vellozia spp (canela-de-ema,
candombá) e Mimosa regina. No estrato herbáceo encontram-se: Rhynchospora
globosa (amarelão), Paepalanthus acanthophylus (chuveirinho), Paepalanthus
eriocauloides (mosquitinho), Echinolaena inflexa (capim-flexina), Loudeotiopsis
chrysothryx (brinco-de-princesa), Xyris schizachne (pimentona), Xyris
hymenachne (pimentinha-prateada), Lagenocarpus rigidus tenuifolius
(capim-arroz).
Cerradão
É uma formação florestal que apresenta elementos xeromórficos (adaptações a ambientes secos) e caracteriza-se pela composição mista de espécies comuns ao Cerrado Sentido Restrito, à Mata de Galeria e à Mata Seca. Apesar de poder apresentar espécies que estão sempre com folhas (perenifólias), muitas espécies comuns ao Cerradão apresentam queda de folhas (caducifólia ou deciduidade) em determinados períodos da estação seca, tais como Caryocar brasiliense (pequi), Kielmeyera coriacea (pau-santo) e Qualea grandiflora (pau-terra). São encontradas poucas espécies epífitas.Em geral, os solos são profundos, de média e baixa fertilidade, ligeiramente ácidos, bem drenados (latossolos vermelho-escuro). De acordo com a fertilidade do solo, podem ser classificados como distróficos, quando pobres, e mesotróficos, quando mais ricos em nutrientes.Como exemplo dessa fitofisionomia, na Chapada dos Veadeiros, onde são comumente encontradas as seguintes espécies lenhosas: Agonandra brasiliensis (pau-marfim), Callistene fasciculata (faveiro), Stryphnodendron adstringens (barbatimão), Copaifera langsdorfii (copaíba), Magonia pubescens (tingui), Xilopia aromatica (pindaíba). Quanto ao estrato herbáceo, são frequentes os gêneros de gramíneas: Aristida, Axonopus, Paspalum e Trachypogon.
É uma formação florestal que apresenta elementos xeromórficos (adaptações a ambientes secos) e caracteriza-se pela composição mista de espécies comuns ao Cerrado Sentido Restrito, à Mata de Galeria e à Mata Seca. Apesar de poder apresentar espécies que estão sempre com folhas (perenifólias), muitas espécies comuns ao Cerradão apresentam queda de folhas (caducifólia ou deciduidade) em determinados períodos da estação seca, tais como Caryocar brasiliense (pequi), Kielmeyera coriacea (pau-santo) e Qualea grandiflora (pau-terra). São encontradas poucas espécies epífitas.Em geral, os solos são profundos, de média e baixa fertilidade, ligeiramente ácidos, bem drenados (latossolos vermelho-escuro). De acordo com a fertilidade do solo, podem ser classificados como distróficos, quando pobres, e mesotróficos, quando mais ricos em nutrientes.Como exemplo dessa fitofisionomia, na Chapada dos Veadeiros, onde são comumente encontradas as seguintes espécies lenhosas: Agonandra brasiliensis (pau-marfim), Callistene fasciculata (faveiro), Stryphnodendron adstringens (barbatimão), Copaifera langsdorfii (copaíba), Magonia pubescens (tingui), Xilopia aromatica (pindaíba). Quanto ao estrato herbáceo, são frequentes os gêneros de gramíneas: Aristida, Axonopus, Paspalum e Trachypogon.
Mata Seca ou Mata
Mesofítica
É
um tipo de formação florestal que não está associada com cursos d'água e
apresenta diferentes índices de deciduidade durante a estação seca. Pode ser de
três tipos: Mata Seca Sempre-verde, Mata Seca Semidecídua e Mata Seca Decídua.
Os dois primeiros ocorrem sobre solos desenvolvidos em rochas básicas de alta
fertilidade (terra roxa estruturada) e média fertilidade (latossolo
vermelho-escuro). A Mata Seca Decídua em geral ocorre sobre afloramentos de
rochas calcárias. O estrato arbóreo apresenta altura que varia entre 15 e 25
metros. Entre suas árvores eretas destacam-se: Amburana cearensis (imburana),
Anadenanthera colubrina (angico) e Tabebuia spp (ipês).Nas matas secas
encontra-se uma variedade de espécies decíduas, semidecíduas e sempre-verdes,
destacando-se as leguminosas Acacia poliphylla (angico-monjolo), Anadenanthera
macrocarpa (angico), Sclerobium paniculatum (carvoeiro), Hymenaea stilbocarpa
(jatobá) e a voquisiácea Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-pequena).
Mata de Galeria
Formação
florestal densa e alta que acompanha os rios de médio e grande porte, onde a
copa das árvores não forma galerias sobre a água. Apresenta árvores eretas com
altura predominante entre 20 e 25 metros. As espécies típicas desta fisionomia
perdem as folhas na estação seca (deciduidade). Os solos variam de rasos
(cambissolos, plintossolos ou litólicos) a profundos (latossolos e podzólicos)
ou aluviais (com acúmulo de material carregado pelas águas). A camada de
material orgânico é sempre mais rasa que a encontrada nas Matas de Galeria.Entre
as espécies arbóreas, destacam-se algumas freqüentes: Anadenanthera spp
(angicos), Apeiba tibourbou (pente-de-macaco), Aspidosperma spp (perobas),
Celtis iguana (grão-de-galo), Inga spp (ingás), Myracrodruon urundeuva
(aroeira), Sterculia striata (chichá) e Tabebuia spp (ipês). São encontradas
poucas espécies de orquídeas epífitas.
Vereda
É uma vegetação caracterizada pela presença do Buriti (Mauritia flexuosa), palmeira que ocorre em meio a agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas. As Veredas são encontradas sobre solos hidromórficos e circundadas por Campo Limpo, geralmente úmido. Nas Veredas, em função do solo úmido, são encontradas com freqüência espécies ornamentais de gramíneas, ciperáceas, xiridáceas, eriocauláceas e melastomatáceas.
É uma vegetação caracterizada pela presença do Buriti (Mauritia flexuosa), palmeira que ocorre em meio a agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas. As Veredas são encontradas sobre solos hidromórficos e circundadas por Campo Limpo, geralmente úmido. Nas Veredas, em função do solo úmido, são encontradas com freqüência espécies ornamentais de gramíneas, ciperáceas, xiridáceas, eriocauláceas e melastomatáceas.
É
uma formação caracterizada pela presença de ilhas ou elevações arredondadas
conhecidas como MURUNDUNS, em meio a um campo úmido, com diâmetro em torno de
5,0 a 20,0 m e altura média de 50 cm. Estes montes são drenados e abrigam
espécies da flora do Cerrado Senso Restrito, formando mosaicos de vegetação com
o campo úmido. Alguns autores associam a origem dos Murunduns à atividade dos
cupins.Entre as espécies arbóreas mais freqüentes, temos a Eriotheca
gracilipes,Qualea grandiflora, Qualea parviflora e Dipteryx alata. No estrato
arbustivo-herbáceo encontramos as bromélias e os gêneros Annona, Allagoptera e
Vernonia, além de algumas espécies de herbáceas do campo úmido adjacente. O
Cerrado, é, na verdade, um mosaico de chapadas e vales, com várias formações
vegetais distintas, que vão desde o campo úmido até o cerradão, passando pelas
matas ciliares e as matas secas. Isto faz com que o Cerrado seja considerado
hoje a savana de maior biodiversidade do mundo. Já foram catalogadas 774
espécies de árvores e arbustos no Cerrado, das quais 429 endêmicas. Há também
um grande número de orquídeas. A região dos cerrados possui alta luminosidade,
baixa densidade demográfica e intensa atividade pastoril, ao sul. Sua extensão
territorial abrange mais de 1.200 km de leste para oeste e mais de 1.000 km de
norte a sul. O Cerrado está ameaçado pela expansão desordenada da fronteira
agrícola, que já ocupa quase 50% da região. A destruição da cobertura vegetal
já supera 70% da área original, e até agora menos de 2% do Cerrado está
protegido por Parques Nacionais ou Reservas, separados entre si por grandes
distâncias.
CLIMA E HIDROGRAFIA
Situado
a 19º 40' de latitude sul, o cerrado está a apenas 835 metros acima do nível do
mar. Apesar de abranger uma extensa área, a região de cerrado apresenta clima
bastante regular, classificado como continental tropical semi-úmido. A
temperatura média é de 25ºC, registrando máximas de 40ºC no verão. A
estação seca começa em abril e continua até setembro. Nesta estação os ventos
predominantes são de leste ou de sudeste e as tempestades são muito raras. Os
meses mais frios são junho e julho, com temperaturas que variam de 20 a 10ºC.
Em agosto a temperatura é mais alta. Os meses mais chuvosos são novembro,
dezembro e janeiro. As precipitações em mm variam para diversas localidades:
Formosa (GO), 1.592 mm; em Cuiabá, 1.425 mm, em Corumbá, 1.114 mm. Ocorre
vegetação de cerrado na Amazônia, no Nordeste, no Brasil Central. Onde há uma
estação seca que pode perdurar de 4 a 5 meses, ocorrendo chuvas nos meses
restantes, num total que oscila em torno dos 1.400 - 1.500 mm, mas ocorre
também no Sudeste e no Sul, com precipitações um pouco menores, embora com
temperaturas médias muito inferiores, havendo mesmo possibilidades de geadas frequentes
e rigorosas. Um dos fatores limitantes no Cerrado é a deficiência hídrica,
que ocorre devido à má distribuição das chuvas, à intensa evapotranspiração e
às características dos solos que apresentam baixa capacidade de retenção de
água e alta velocidade de infiltração. O regime de precipitação da região
apresenta uma oscilação unimodal com a época chuvosa concentrada no período de
dezembro a março e a mais seca de junho a agosto. Esta diferença
físico-climática da Região dos Cerrados tem forte influência na distribuição
dos recursos hídricos.
Zonas hidrológicas homogêneas estão estreitamente associadas a regiões físico-climáticas também homogêneas. O escoamento superficial em uma bacia hidrográfica é influenciado pelo clima, relevo, vegetação e pela natureza e estado de saturação do solo e subsolo. A rede hidrográfica dos Cerrados apresenta características bastante diferenciadas, em função da sua localização, extensão territorial e diversidade fisiográfica. Situada sobre o grande arqueamento transversal que atravessa o Brasil Sudeste e Central, a região abrange um grande divisor de águas, que separa os maiores sistemas hidrográficos do território brasileiro. Ao sul, abrange parte da bacia do Paraná; a sudeste, o Paraguai; ao norte, a Bacia Amazônica; a nordeste, Parnaíba e a leste, o São Francisco.O regime fluvial dos rios da região encerra, nestas condições, notáveis diferenças nas características físicas de suas bacias de drenagem e nas diversas influências climáticas a que estão submetidas. Com relação às águas subterrâneas, os mesmos fatores físico-climáticos influenciam sua ocorrência.
Zonas hidrológicas homogêneas estão estreitamente associadas a regiões físico-climáticas também homogêneas. O escoamento superficial em uma bacia hidrográfica é influenciado pelo clima, relevo, vegetação e pela natureza e estado de saturação do solo e subsolo. A rede hidrográfica dos Cerrados apresenta características bastante diferenciadas, em função da sua localização, extensão territorial e diversidade fisiográfica. Situada sobre o grande arqueamento transversal que atravessa o Brasil Sudeste e Central, a região abrange um grande divisor de águas, que separa os maiores sistemas hidrográficos do território brasileiro. Ao sul, abrange parte da bacia do Paraná; a sudeste, o Paraguai; ao norte, a Bacia Amazônica; a nordeste, Parnaíba e a leste, o São Francisco.O regime fluvial dos rios da região encerra, nestas condições, notáveis diferenças nas características físicas de suas bacias de drenagem e nas diversas influências climáticas a que estão submetidas. Com relação às águas subterrâneas, os mesmos fatores físico-climáticos influenciam sua ocorrência.
FAUNA
Nos
vários hábitats naturais, desde o campos aberto, o campo limpo, o campo sujo,
campo cerrado com formações arbóreas, o cerradão, o campo úmido, a vereda e a
mata ciliar, o cerrado apresenta diversidade em espécies. Toda esta riqueza de
ambientes, com vários recursos ecológicos, abriga comunidades de animais, com
diversas espécies e uma grande abundância de indivíduos, alguns com adaptações
especializadas para explorar recursos específicos de cada um desses hábitats.No
ambiente do Cerrado são conhecidas, até o momento, 1.575 espécies animais,
formando o segundo maior conjunto animal do planeta. Cerca de 50 das 100
espécies de mamíferos (pertencentes a cerca de 67 gêneros) estão no cerrado.
Apresenta também 837 espécies de aves; 150 de anfíbios, das quais 45 são
endêmicas; 120 espécies de répteis, das quais 45 endêmicas; apenas no
Distrito Federal, há 90 espécies de cupins, 1.000 espécies de borboletas e 500
de abelhas e vespas. Devido à grande ação antrópica do homem e a suas
atividades, o cerrado passou por grandes modificações, alterando os diversos
hábitats, e consequentemente apresentando espécies ameaçadas de extinção. Como
o tamanduá-bandeira, o macaco, a anta, o lobo-guará, o pato-mergulhão e o falcão
de peito vermelho, o tatu-bola, o tatu-canastra, o cervo, o cachorro-vinagre, a
onça-pintada, a ariranha e a lontra.
Flora
A
cobertura vegetal do Cerrado é a segunda mais importante do Brasil. Abrange
aproximadamente 1.750.000 km², que corresponde a cerca de 20% do território
nacional. Apresenta as mais diversas formas de vegetação, desde campos sem
árvores, ou arbustos, até o cerrado lenhoso denso com matas ciliares. O Cerrado
brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade com
a presença de diversos ecossistemas, riquíssima flora com mais de 10.000 espécies
de plantas, com 4.400 endêmicas desse bioma. É classificado como tendo
formações vegetativas primitivas, com quatro divisões: matas, campos, brejos e
ambientes úmidos com plantas aquáticas. As matas ocupam as depressões, vales e
cursos de águas e possuem poucas epífitas. Os campos cobrem a maior parte do
território, denominada campestre. É essencialmente coberto por gramíneas, com
árvores e arbustos. É também subdividido em campo de cerrado, campo de limpo,
que se diferenciam na formação do terreno e na composição do solo, com declives
ou planos. A vegetação de brejos é composta por gramíneas, ciperáceas,
arbustos, pequenas árvores isoladas, algumas ervas, entre outras diversidades
de espécies. As árvores mais altas do cerrado chegam a 15 metros de altura e
formam estruturas irregulares. Apenas nas matas ciliares as árvores ultrapassam
25 metros e possuem normalmente folhas pequenas e decíduas. Nos chapadões
arenosos e nos quentes campos rupestres do Cerrado, estão as mais exuberantes e
exóticas bromeliáceas, cactos e orquídeas, contando com centenas de espécies
endêmicas. E ainda existem espécies desconhecidas, que devido à ação antrópica
do homem podem ser destruídas antes mesmo de serem catalogadas. As próprias
queimadas, frequentes neste tipo de bioma, são mal interpretadas. Na verdade,
as queimadas periódicas (com intervalos maiores do que 5-7 anos) já aconteciam
no Cerrado antes da chegada do ser humano. A maioria das plantas do Cerrado
está adaptadas ao fogo, possuindo cascas grossas e brotos subterrâneos. Há,
inclusive, várias espécies de plantas que só germinam após as queimadas. Mas as
queimadas intensas, feitas a cada um ou dois anos pelos pecuaristas, são
extremamente nocivas ao Cerrado.
Geologia
Relevos e Solos
Os
pontos mais elevados do Cerrado estão na cadeia que passa por Goiás em direção
sudeste-nordeste: o Pico Alto da Serra dos Pirineus, com 1.600 metros de
altitude, a Chapada dos Veadeiros, com 1.250 metros de altitude, e outros
pontos com elevações consideradas que se estendem em direção noroeste; a Serra
do Jerônimo e outras serras menores, com altitudes entre 500 e 800 metros de
altitude. Seus terrenos são um tanto que acidentados, com poucas áreas planas.
Nos morros mais altos são encontrados muitos pedregulhos, argila com inclusões
de pedras e camadas de areia. Outra formação é constituída por aflorações de
rochas calcarias, com fendas, grutas e cavernas em diferentes tamanhos. Por
cima das rochas, há uma vegetação silvestre. Possui campos e vales com
vegetação bem característica, e há ainda uma mata ciliar rodeando riachos e
lagoas. Os solos apresentam-se intemperizados, devido à alta lixiviação e
possuem baixa fertilidade natural. Possuem grandes áreas, com a seguinte
classificação: latossolo (escuro, vermelho-amarelo, roxo), areias, cambissolos,
solos (concrecionários, litólicos) e lateritas hidromórficas. Em pequenas áreas
ocorrem grupos de solos: podzólico (vermelho-amarelo), glei húmico, solos
orgânicos e terras roxas estruturadas (distrófico e eutrófico). O solo do
cerrado apresenta pH ácido, variando de 4,3 a 6,2. Possui elevado conteúdo de
alumínio, baixa disponibilidade de nutrientes, como o fósforo, o cálcio, o
magnésio, o potássio, matéria orgânica, zinco, argila, compondo-se de
caulinita, goetita ou gibsita. O solo é bem drenado, profundo e com camadas de
húmus. As estruturas do solo do cerrado são em algumas partes bem degradadas
devido às atividades agrícolas e pastagens, sendo recuperado com
reflorestamento de espécies de Eucalyptus, associado com plantio de milho e
feijão, além de café, freijó, maniçoba e palma. E a regeneração artificial é
feito com espécies de Acacia, Agathis, Araucaria, Cassia, Cedrela, Cupressus,
Pinus, Podocarpus, Terminalia, entre outras.
FOGO NO CERRADO
Um
dos fatores ecológicos mais importantes do cerrado é o fogo. Ele pode ser gerado
de diversas formas naturais, mas a principal delas são a s descargas elétricas.
Os incêndios diminuem a densidade do cerrado, prejudicando o incremento do
material lenhoso e favorecendo a expansão das plantas herbáceas. Outra
hipótese, de maior aceitação, considera o cerrado uma vegetação clímax, que não
se torna uma floresta devido às condições de clima e solo existentes, tendo o
fogo um papel secundário. De acordo com a segunda hipótese, a falta de
nutrientes essenciais e a grande presença de alumínio são as responsáveis pela
fisionomia característica dos cerrados.
DEGRADAÇÃO DO CERRADO
Até
a década de 1950, os Cerrados mantiveram-se quase inalterados. A partir da
década de 1960, com a interiorização da capital e a abertura de uma nova rede
rodoviária, largos ecossistemas deram lugar à pecuária e à agricultura
extensiva, como a soja, arroz e ao trigo. Tais mudanças se apoiaram, sobretudo,
na implantação de novas infraestruturas viárias e energéticas, bem como na
descoberta de novas vocações desses solos regionais, permitindo novas
atividades agrárias rentáveis, em detrimento de uma biodiversidade até então
pouco alterada. Durante as décadas de 1970 e 1980 houve um rápido deslocamento
da fronteira agrícola, com base em desmatamentos, queimadas, uso de
fertilizantes químicos e agrotóxicos, que resultou em 67% de áreas do Cerrado
"altamente modificadas", com voçorocas, assoreamento e envenenamento
dos ecossistemas. Resta apenas 20% de área em estado conservado. A partir da
década de 1990, governos e diversos setores organizados da sociedade debatem
como conservar o que restou do Cerrado. Com a finalidade de buscar tecnologias
embasadas no uso adequado dos recursos hídricos, na extração de produtos
vegetais nativos, nos criadouros de animais silvestres, no ecoturismo e outras
iniciativas que possibilitem um modelo de desenvolvimento sustentável e justo.
fonte:wikipedia/ ambientebrasil/portal aofrancisco/ biomasbrasileiros,
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