A bucólica vila de ruas de terra, a 13 quilômetros de Diamantina, foi
erguida em fins do século 19 em função da Companhia Industrial de
Estamparia. Hoje, as instalações da fábrica funcionam como hidrelétrica
e dividem a atenção com as belas cachoeiras escondidas nos arredores....
Passeio imperdível a uma vila fantasma..
Vila de Biribiri (que em tupi-guarani significa buraco). Uma estradinha
de terra leva até a bucólica vila de ruas de terra, a 13 quilômetros de
Diamantina. Erguido em fins do século 19, mostra um pedaço da história
onde o tempo parece ter parado. Uma antiga fábrica de tecidos, surgida
como alternativa de trabalho no século XIX. Naquela época sofria-se com o
declínio das jazidas diamantíferas. A vila possui uma igrejinha, 32
casas, uma usina hidrelétrica, que funciona ainda e galpões.
No auge a
vila chegou a abrigar 600 funcionários. Com a desativação do
ramal ferroviário de Diamantina, quase cem anos depois de sua fundação, a
fábrica fechou (por volta de 1972). Hoje a maioria das casinhas está
vazia e apenas os vigilantes fazem a manutenção do lugar e lá residem,
portanto, praticamente uma vila fantasma, mesmo assim gera motivos para
uma visita ao local. Imperdível!
Em meados de 1870 o então Bispo de Diamantina Dom João Antonio Felício dos Santos resolveu fundar uma fábrica de tecidos para empregar as moças pobres da região de Diamantina e arredores. A ideia de montar em Biribiri, essa fabrica, aproveitou-se da existência de uma queda d'água no local. Assim iniciaram-se as construções dos galpões (onde funcionaria a fábrica), as casas dos operários, o pensionato, o armazém e a escola.
A Igreja foi financiada e construída pelas próprias moças, que nas horas vagas garimpavam e com a venda do ouro e diamantes conseguiam dinheiro. O sino da igreja foi fundido na própria fábrica e o relógio foi doado pela família real portuguesa a Dom Felício dos Santos.
Em 1876 a fabrica estava pronta. Foi montada com maquinário vindo de Massachutes-EUA (eram trazidos no lombo das mulas ou em carros de boi). De 1876 a 1921 a Arquidiocese de Diamantina tinha o poder sobre Biribiri até ser vendida a particulares. Hoje a Fabrica de Tecidos Estamparia S.A administra a bela propriedade perdida nas montanhas de Minas. A fábrica de tecidos funcionou ali ate 1973, quando foi desativada por econômicas: o acesso era difícil, as estradas em péssimas condições.
No auge do anos 50 a Companhia Industrial de Estamparia mantinha ali 1200 funcionários. A pequena cidade era abastecida de açougue, armazém, bar, quadra de esportes, refeitório, medico, dentista, clube social, além da igreja , do pensionato, e das casas dos operários que funcionavam em casarões coloniais pintados de branco e azul.
Seu conjunto arquitetônico é datado da época do desenvolvimento industrial de Minas Gerais. O patrimônio natural é único. O relevo acidentado beneficia rios e nascentes de água cristalinas, como a Sentinela e Cristais. Entre suas riquezas naturais estão, matas virgens pedreiras gigantes, pinturas rupestres, campos de sempre-vivas, são 18 mil hectares de verde, equilíbrio natural e biodiversidade.
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